A Mestria VI

(textos resumidos dos livros de instruções esotéricas que se seguidos e vividos nos levam à mestria)



SEM PRATICAR OS EXERCÍCIOS NÃO ADIANTA NADA ESTUDAR



Deste estudo, deduzis a importância que a imagem ou a forma tem para a materialização do pensamento e a realização de vossas aspirações.

Por isso deveis aprender a formar imagens mentais claras daquilo que desejais manifestar em vossas existências.

Essas imagens serão vitalizadas pela força do espirito até reunirem ao redor de si a quantidade de forças suficientes para manifesta-las no plano material, produzindo assim a realização de vossas aspirações.

Não vos esqueçais, porém, de vos colocar em vibrações de Harmonia, Amor, Verdade e Justiça com todo o universo, porque essas vibrações aumentarão consideravelmente as vossas energias, facilitando os resultados que desejardes obter.

A MENTE SUBJETIVA

Uma consideração inteligente dos fenômenos do hipnotismo vos mostrará que os chamados estados hipnóticos constituem o estado normal da mente subjetiva. Ela sempre forma a idéia de si mesma, de acordo com alguma sugestão que lhe tenha sido dada, consciente ou inconsciente, em relação ao modo da mente objetiva governa-la, e produz resultados externos correspondentes.

A natureza anormal das condições produzidas pelo hipnotismo experimental é o afastamento do governo normal mantido pela mente consciente do indivíduo sobre o inconsciente, e assim podemos dizer que a característica normal da mente subjetiva é sua atividade permanente de acordo com alguma espécie de sugestão.

E’, pois, de suma importância a determinação da natureza da sugestão e de que fonte há de vir; porém, antes de considerardes as fontes da sugestão, precisais compreender melhor o lugar ocupado pela mente inconsciente na ordem da Natureza.

Se acompanhastes o que foi explicado sobre a presença do espirito inteligente em todo o espaço e penetrando toda a materia, tereis agora pouca dificuldade em reconhecer que esse espirito onipenetrante é a mente subjetiva universal.

Sendo mente universal, não pode ter as qualidades da mente objetiva. A mente universal é a força criadora da natureza; e como força criadora, deve, primeiramente, produzir as varias formas em que a mente objetiva reconhece a sua própria individualidade, antes que essas mentes individuais possam reagir sobre ela.

E então, como puro espirito, ou primeira causa, não pode ser nada mais senão mente subjetiva ; e o fato que foi abundantemente provado pela experiência que a mente subjetiva é a formadora do corpo, vos mostra que o poder de criar pelo desenvolvimento de dentro para fora é o característico essencial da mente subjetiva.

Por isso, pela experiência e o raciocínio, podemos dizer que onde encontrardes em atividade a força criadora, estareis na presença da mente subjetiva, quer esteja agindo na grande escola do cosmos que na escala pequena do indivíduo.

Podemos estabelecer como principio que a inteligência universal e onipenetrante, é puramente a mente subjetiva, estando sujeita á impressão sugestão que lhe seja impressa e a executa rigorosamente em suas conseqüências lógicas.

A importância incalculável de verdade pode talvez não vos aparecer á primeira vista, porém uma pequena consideração vos mostrará as enormes possibilidades que nela se acham armazenadas, como vereis mais adiante. Por agora deveis compreender que a mente subjetiva em vós é a mesma que a mente subjetiva que se acha em atividade no universal, dando origem tanto a uma infinidade de forma que vos rodeiam, como a vós mesmos.

Podeis considera-la o apoio de vossa individualidade e pensar que a vossa mente subjetiva é a vossa parte pessoal da mentalidade universal. Isso não designa que a mente universal se acha dividida em frações, pois a unidade de espirito é essencial, porém, afim de evitar concepções muito abstratas, podeis admitir a idéia de parte pessoal da mente subjetiva universal.

A compreensão de vossa mente subjetiva dessa forma vos ajudará a vencer a grande dificuldade metafísica que encontrais ao procurardes aplicar conscientemente a causa primeira, afim de produzirdes resultados exteriores pela força de vosso próprio pensamento.

Em ultima analise, só pode existir uma única causa, primeira, que é a mente universal, porém, sendo universal não pode, como universal, agir no plano individual ou particular.

Pois, se o fizesse, deixaria de ser universal e de ser a força criadora que desejais empregar.

Por outro lado, o fato de que estais trabalhando para um objetivo definido especifico denota vossa intenção de empregar esse poder universal na aplicação para um objeto particular e assim vos encontrais no paradoxo de procurar fazer o universo agir no plano do particular.

Precisais realizar uma união entre os dois extremos da escala da Natureza, que são o mais intimo espirito criador e uma forma externa particular.

Entre eles há um grande golfo, e a questão é saber como fazer uma ponte. É, pois, aqui que a concepção de vossa mente subjetiva individual como vossa parte pessoal da mente subjetiva universal vos fornece os meios de resolver a dificuldade, pois ela se acha, de um lado, em contato imediato com a mente universal e, do outro, em contato com a mente objetiva individual, a qual, por sua vez, se acha em relação imediata com o mundo exterior das coisas materiais.

Assim é que a relação entre a mente objetiva e a subjetiva forma a ponte necessária para ligar as duas extremidades da escala.

A vossa mente subjetiva individual pode, portanto, ser considerada o órgão do Absoluto, da mesma forma que a mente objetiva é o órgão do Relativo, e é para regular vosso uso desses dois órgãos que é necessário compreenderdes o que os termos “ absoluto” e “relativo” realmente denotam.

O absoluto é a região das causas, e o relativo a região das condições; e para governardes as vossas condições é preciso a ação de vosso pensamento agindo no plano do absoluto, o que só pode ser feito por meio da mente objetiva.

O emprego consciente da força criadora do pensamento consiste na consecução do poder de pensar no absoluto, e isso só pode ser conseguido por uma clara concepção da ação mutua entre as vossas diferentes funções mentais.

Para esse fim, não podeis deixar de gravar vivamente em vós mesmos a idéia que a vossa mente subjetiva, é intensamente sensível á sugestão e como força criadora executa exatamente a manifestação externa da sugestão que for profundamente impressa nela.

Se, portanto, tirardes uma idéia do plano relativo, em que é limitada e restrita por condições impostas pelas circunstancias ambientes e a transferirdes para o plano do absoluto, no qual não é limitada, um reconhecimento exato de vossa constituição mental vos permitirá faze-lo por um método claramente definido.

O objeto de vossos desejos é, necessariamente, concebido em primeiro lugar como tendo alguma relação com as circunstancias existentes, as quais podem parecer, ou não, favoráveis para ele, e o que desejais fazer é eliminar o elemento de contingência e alcançar algo que seja certo em si mesmo. Executar isso é trabalhar no plano do absoluto, e para esse fim deveis imprimir na mente subjetiva a idéia daquilo que desejais, separada de qualquer condição.

Essa separação dos elementos de condição implica a eliminação da idéia de tempo, e, por conseguinte, deveis pensar na coisa como já existente na realidade. Se não fizerdes assim, não estais agindo conscientemente no plano do absoluto, e, portanto, não estais empregando a força de vosso pensamento.

O mais simples método pratico para adquirirdes o habito de pensar dessa forma é conceberdes a existência no mundo espiritual de um protótipo espiritual de toda coisa existente, a qual se torna a raiz da correspondente existência externa.

Se assim vos habituardes a considerar o protótipo espiritual como a parte essencial da coisa e a forma material como o desenvolvimento desse protótipo na expressão exterior, vereis então que o passo inicial produção de qualquer fato externo deve ser a criação de seu protótipo espiritual. Esse protótipo sendo puramente espiritual, pode apenas ser formado pela ação do pensamento, e afim de ter substancia no plano espiritual, deveis pensar nele como se existisse realmente.

Esta concepção foi estudada por Platão na sua doutrina das idéias archetypas, e por Swedenborg em sua doutrina de correspondências; e uma mestre ainda maior disse: “tudo quanto suplicais e pedis, crede que o tende recebido, e tê-lo-eis”.

A diferença dos tempos nesse trecho é notável. Jesus vos aconselha a crerdes primeiramente que vosso desejo já foi realizado, que já é uma coisa efetuada, e então a sua realização se dará como coisa futura.

Isso não é mais que uma concisa direção para empregar o poder criador do pensamento, imprimindo na mente subjetiva universal a coisa particular que desejais como fato já existente.

Seguindo essa direção, estais pensando no plano do absoluto e eliminando de vossas mentes toda consideração de condições, as quais denotam limitação e a possibilidade de contingências contrarias; e assim estais plantando uma semente que, se não for destruída, infalivelmente crescerá e dará frutos.

Aplicando assim inteligentemente a vossa mente subjetiva, imediatamente depois de criado, começa a exercer uma força atrativa e atrairá para si materiais de natureza semelhante á sua, e se nada perturbar esse processo, continuará até que uma forma externa, correspondente á natureza do núcleo, entre em manifestação no plano objetivo e relativo.

Alguns dos mais adiantados pensadores da ciência fisica moderna, no esforço de provar o grande mistério da primeira origem do mundo, deduziram a formação do que denominam “turbilhão circulares” formados de uma substancia infinitamente primordial.

Dizem que, se for constituído um desses turbilhões, por menor que seja, e posto em movimento, como se moveria no puro éter e estaria livre de fricção, de acordo com todas as leis conhecidas da fisica, seria indestrutível e seu movimento seria perpetuo. Se dois turbilhões desses se aproximarem, pela lei da atração se unirão, formando um todo e assim se continuará ate que, afinal, a materia perceptível aos nossos sentidos seja formada. Ninguém viu com os olhos fisicos esses turbilhões, pois são abstrações que resultam das conseqüências das leis fisicas observadas, nos seus resultados matematicos.

Não podeis explicar as coisas visíveis, se não admitirdes a existência de coisas que não podeis ver; a teoria dos turbilhões é uma delas.

Ela não foi estabelecida pêlos sábios mentalistas, mas sim por cientistas físicos como sendo a conclusão final a que os levaram suas investigações, e essa conclusão é que as inúmeras formas da natureza tem sua origem nos núcleos infinitamente pequenos dos turbilhões, seja qual for o meio pelo qual este tenha recebido o impulso inicial, questão que não interessa a ciência física.

Assim como a teoria do turbilhão explica a formação do mundo inorgânico, também a biologia explica a formação do organismo vivo.

Ele também tem sua origem num núcleo primário, que, logo que foi estabelecido, agiu como centro de atração para a formação dos órgãos físicos de que se compõe o indivíduo perfeito.

A ciência da embriologia mostra que essa regra é certa em todo o reino animal, inclusive o homem; e a botânica mostra que o mesmo principio atua no reino vegetal.

Todos os ramos da ciência física provam que toda manifestação completa de qualquer espécie ou escala evolutiva, inicia-se pelo estabelecimento de um núcleo, infinitamente pequeno, porém dotado de uma irresistível energia de atração que aumenta continuamente sua força e torna mais definido o seu propósito até que o processo de desenvolvimento se torna completo e a forma amadurecida aparece como fato realizado.

Ora se esse é o método universal da natureza, nada há anti-natural em supor que a sua operação deve começar numa fase anterior á formação do núcleo natural.

Logo que este entra em existência, começa a agir , pela lei de atração, no plano material; porém qual é a força que produz o núcleo material?

Em 1902, em sua obra : “Ondas na Água, no Ar e no Éter”, J.

A. Fleming respondeu da seguinte forma a essa pergunta: “Em sua essência final, a energia pode ser-nos incompreensível, a não ser como manifestação da operação direta do que denominamos Mente ou Vontade”.

A ciência física expressa, pois, a opinião de que a energia original é a Mente ou a Vontade; e, portanto, não só estamos fazendo uma dedução lógica de certas intuições inevitáveis da mente humana, porém também estamos seguindo as linhas da mais adiantada ciência física, ao dizer que a atividade da Mente planta o núcleo, que, se puder crescer sem obstáculos, atrairá para si todas as condições necessárias para a sua manifestação na forma visível.

Ora, a única atividade da Mente é o Pensamento; e é por essa razão que os vossos pensamentos criam as correspondentes condições externas, pois assim criais o núcleo que atrai para si as suas correspondências na devida ordem, até o trabalho acabado se manifestar no plano exterior.

Isso está de acordo com a concepção estritamente cientifica da lei universal do desenvolvimento.

Podemos, pois, resumir nosso argumento dizendo que o nosso pensamento sobre uma coisa forma um protótipo espiritual da mesma, constituindo assim um núcleo ou centro de atração de todas as condições necessárias para a manifestação exterior, conforme uma lei de desenvolvimento inerente ao próprio protótipo.

Este ponto é a base firme que serve de apoio aos princípios da concentração mental e da comunhão do pensamento, objeto especial de nossa associação.


Por Luiz Antonio de Matos