A Mestria l
(textos resumidos dos livros de instruções esotéricas que se seguidos e vividos nos levam à mestria)
Nossos Pensamentos tem por objetivo fornecer-vos ensinamentos práticos e facilmente acessíveis á vossa compreensão.
São por isso graduados de modo que vos eleveis aos poucos até o mais alto desenvolvimento mental e psíquico.
Ao iniciardes os estudos e praticas que vão sendo indicados, fatalmente surgirão grandes e inúmeros obstáculos e impecilhos.
Uns e outros desaparecerão, porém, se fechardes os ouvidos às insinuações do eu inferior, do vosso subconsciente.
De fato, esta parte de vosso ser procura implantar-vos na mente as idéias de dificuldades e fracasso, fazendo-as manifestar em vossa vida pela força do pensamento.
Seja qual for o obstáculo que surgir, deveis vence-lo com toda a energia e força de vontade de que fordes capaz.
Lembrai-vos constantemente que vos preparais para vos tornardes senhor das sublimes verdades da vida, que se acham ocultas aos que não tem uma vontade forte.
Lembrai-vos sempre que vos preparais para ser mestre do Saber perfeito, vedado aos que não querem abrir os olhos à luz.
Jamais deixeis, portanto, de atender carinhosamente a que vos solicitar esclarecimentos sobre o caminho que conduz à Luz.
A principio, será tudo o que podereis fazer, pois os poderes internos de que dispondes, ainda se acham em estado latente. São como a semente que espera ser lançada á terra para começar seu crescimento. Os poderes do espirito são como as flores que desabrocham pela excitação dos raios luminosos: estas se desenvolvem pelo influxo dos raios da luz divina.
Despertai os vossos poderes internos, dai-lhes os meios de se manifestarem, se quiserdes apreciar o mínimo das forças que estão á vossa disposição.
Se fordes fiéis aos ensinamentos que recebereis no decorrer destas instruções, se fordes um convicto e persistente praticamente deles, pouco a pouco, os vossos sofrimentos, quer físicos, quer morais, irão se eliminando, os vossos obstáculos irão desaparecendo como por encanto, à medida que forem surgindo e que a perspectiva mais vos aproximar deles.
Lembrai-vos sempre do grande principio, que dependeis, invariavelmente, de vossos próprios esforços e das faculdades espirituais que residem em vós, no estado de gérmen, podendo ser considerado morto todo aquele cujas faculdades espirituais ainda não estejam “despertadas”.
A este despertamento dos poderes espirituais chama Jesus o segundo nascimento, e o iniciado que conseguia o despertamento completo das suas forças internas, tomava, na Índia, o nome de Duidja, isto é, duas vezes nascido, e, no Egito, o de escriba das duas vidas.
Desenvolvei, pois as vossas faculdades latentes, para poderdes alcançar o conhecimento total e a faculdade de despertar as forças de vossos irmãos e de tudo o que vos rodeia.
A primeira coisa que deveis fazer é combater, com todas as vossas forças, as tendências animalescas, que, em todos nós, se manifestam. Extraí dessas tendências a maior quantidade possível de energia, aplicando o que for preciso às necessidades da vida e armazenando o resto no intimo de vosso ser, para emprega-lo quando seja necessário. Desta forma, a mente e o corpo ficarão intimamente ligados com a alma.
Deveis lembrar-vos que no estudo das verdades ocultas, cada fato apresenta suas dificuldades; porém, uma vez vencidas estas, ficareis senhor de fato em questão, podendo produzi-lo a vosso bel prazer. Os obstáculos que mais podem embaraçar-vos são as necessidades de vossa vida material e vossos deveres sociais, que vos impedem de dedicar-vos completamente ao vosso desenvolvimento espiritual. Contudo, se vos entregardes com tenacidade e perseverança ao cultivo de vossas faculdades, chegareis, certamente, a conquistar o poder maravilhoso de que dispunham os antigos profetas que, a simples imposição das mãos sobre os enfermos e com a simples ordem de “levanta-te e anda”, faziam com que eles se levantassem e caminhassem.
Vivei em harmonia com as forças espirituais, observando cuidadosamente a sua lei, se quiserdes tornar-vos logo um centro de irradiação das energias benfazejas. Assim, não só trabalhareis em vosso próprio beneficio, mas também no de vossos irmãos espalhados em todo o orbe terrestre.
Não vos impressioneis com as vicissitudes da vida; elas são sempre para vosso maior bem. Tende confiança nas vossas energias latentes.
Se a vossa situação na vida não for das melhores, olhai para a multidão dos que se acham em condições piores e que lutam contra circunstancias mais desagradáveis. Este pensamento vos fará apreciar melhor a vossa situação e aliviará vossos sofrimentos.
Tende cuidado para não desperdiçardes as vossas forças, pondo em duvida vossa capacidade de aproveita-las.
A duvida atrasará vosso progresso e dificultará a obtenção do fim que tiverdes em vista, pois torna intermitente a emissão de vossas forças mentais e desviam, em grande parte, suas correntes. Portanto, não duvideis um só momento!
Lembrai-vos também que, com as forças que a duvida vos fará perder, podeis auxiliar milhares de seres muito mais necessitados do que vós.
Lutai com energia contra as tempestades da vida e lembrai-vos sempre do seguinte:
As condições de nossa vida presente têm intima relação com a existência passada, e os nossos pensamentos e desejos atuais virão a realizar-se, em grande parte, numa existência futura. Devemos, por conseguinte, aperfeiçoar-nos pela regeneração individual e coletiva, para alcançarmos melhores condições em nossa existência futura.
Jamais olvideis que, dentro de vós, existe um templo sacratíssimo, de cuja fonte pode brotar a vida eterna e o rejuvenescimento do organismo já gasto.
Dividimos estas instruções em sete séries, as quais vos ensinarão gradativamente a doutrina esotérica.
O numero sete tem uma importante significação esotérica, denotando os planos e princípios da natureza, as forças cósmicas em suas sete divisões ou manifestações criadoras, os sete graus da perfeição, etc. Por conseguinte, nesta divisão de nossas instruções, acompanhamos bem de perto a natureza, que é a expressão das leis estabelecidas pelo Criador.
Caro irmão, estudai e meditai os ensinos destas Instruções, pondo-os, em seguida, em pratica na vossa vida, e vereis que a existência terrestre se tornará um jardim de perfumadas flores e deliciosos frutos.
Desejamos que a Harmonia, o Amor, a Verdade e a Justiça sejam o pendão sagrado de vossa vida e de vossa felicidade.
FINS E UTILIDADE DA COMUNHÃO MENTAL
Uma das minhas aspirações ao escrever estas Instruções, é ensinar-vos a maneira pela qual podes aumentar vossa força e o modo de aplicardes vosso poder espiritual para atrairdes os melhores e mais felizes resultados delas, tanto para vós como para os outros.
O desenvolvimento e a aplicação da força espiritual, para produzir efeitos externos, podem ser auxiliados extraordinariamente pela ação de mentalizar semelhantes, que aspirem aos mesmos resultados e tenham intenção análoga.
Tudo quanto fazeis ou conseguis no plano da existência material necessita da força espiritual em maior proporção do que podeis avaliar. Tendes de lutar quotidianamente contra uma quantidade de forças invisíveis que vos são contrarias.
Viveis entre pessoas, com que mantendes relações mais ou menos intimas, as quais, talvez inconscientemente, quase sempre emitem pensamentos maus ou de uma boa vontade muito relativa. Com certeza, viveis no meio de invejosos e maldizentes, entre pessoas, nas quais, a murmuração e a critica acerba já se converteram num verdadeiro habito.
Podeis ver-vos obrigado a comer, todos os dias, com pessoas cheias de cinismo, de perversidade e de mau humor, absorvendo assim, com o alimento, os elementos mentais emitidos pelas pessoas que estão á mesa convosco. Podeis também achar-vos e a mesclar-vos diariamente com pessoas que enfermam e enfraquecem seus corpos por manterem constantemente correntes pensamento de fraqueza, com as quais põe em ação a força que produz a debilidade e a doença. Esta força é o mesmo elemento mental que produziria saúde e alegria, se fosse dirigida para idéias alegres e sadias. Necessariamente, haveis de estar em freqüentes contatos com pessoas cheias de tristeza, mau humor, desalento, avareza ou qualquer dos mais baixos e desordenados apetites animais.
Tendes de relacionar-vos, mais ou menos, com a grande massa da humanidade, que vive inteiramente absorta em tudo o que é material e perecível, e por cuja mente nunca passou a idéia de que a verdadeira vida, a saúde e a felicidade durável só podem ser conseguidas por meio do conhecimento e da lei que nos ensina que o homem é, física e mentalmente, o produto de seu próprio pensamento.
Por maiores que sejam vosso conhecimento, vossa fé e vossa pratica dessa lei, sereis, indubitavelmente, afetado, em maior ou menor grau, pelos baixos e grosseiros elementos mentais a que aludimos e que estão em continua atividade ao redor de nós. Se fazeis vida comum, coisa, aliás, muito freqüente, com pessoas que sempre pensam erradamente ou emitem sempre maus pensamentos, pouco importa a quem sejam dirigidos, forçosamente sereis danificado por elas, em, maior ou menor extensão. Os pensamentos dessas pessoas são como a fumaça que vos cega os olhos.
Se vives com os que têm por norma de procedimento a incerteza e a duvida, absorveis elementos de cavilação que muito vos prejudicam; as coisas se vos apresentam com muito menos clareza e vossa força se adultera e se neutraliza, com os baixos elementos que se lhe agregam.
Exatamente do mesmo modo que podeis absorver o miasma material da moléstia, quer dos pântanos, quer das cloacas, assim também a idéia nociva e o pensamento infeccioso podem penetrar em vosso ser por tempo mais ou menos longo, de maneira que, não somente estais sempre em luta contra os males visíveis, mas ainda com os invisíveis, mantendo luta com as forças das trevas.
Toda mente enferma ou inferior que possui um corpo físico, se acha rodeada e acompanhada de outras mentes, também enfermas e inferiores, que não dispõem de corpos físicos, pois a maioria das mentalidades que ainda jazem na esfera da ignorância e do erro, se agrupa ao redor das que se acham no plano físico, acumulando ao redor destas toda espécie de más influencias, que, assim combinadas, podem prejudicar-vos consideravelmente.
Todas essas forças agem contra vós, vos comprimem e retardam vosso progresso para um estado mental mais feliz, mais esperançoso, mais alegre e mais sadio.
Todas essas forças combinadas vos impedem, ordinariamente, de alcançardes uma saúde mais perfeita, um vigor maior e uma agilidade mais considerável em todos os vossos músculos. Elas retardam a consecução de um estado mental muito mais vigoroso e sadio, com o qual jamais cairíeis em períodos de depressão e de melancolia, durante os quais a coisa mais trivial e insignificante toma proporções gigantescas e passais os dias a temer que nunca sucederão.
Estes resultados provêm de não pensardes, então, de conformidade com as vossas próprias qualidades mentais, mas sim de acordo com a atitude mental tímida e pusilânime daqueles que vivem ao redor de vós. Eles retardam o desenvolvimento de vosso espirito, do qual vos deveria resultar uma crescente clareza e brilho nas idéias, o êxito nos negócios e o rejuvenescimento do corpo, de modo a gozardes de uma perpetua madureza e vigor físico. Como diz o Apostolo dos Gentios: ‘O ultimo inimigo destruído será a Morte', porque o espírito irá adquirindo, pouco a pouco, o portentoso poder de conservar o corpo em condições de viver durante o tempo que lhe aprouver. O homem vai-se aproximando da aquisição deste poder, embora muito vagarosamente.
No tocante às suas forças mentais e físicas, a raça humana não pode permanecer estacionaria.
O mesmo acontece com o indivíduo. O homem nunca deixa de progredir, inventando e aperfeiçoando novos métodos e processos para diminuir e facilitar seu labor físico.
A uma força que conquista, sucede logo outra força nova e mais poderosa, que também será conquistada e utilizada. Assim, no domínio que o homem exerce sobre o mar, vemos que a vela veio suprir o tosco remo, mais tarde o vapor tomou o lugar da vela, e a eletricidade ou qualquer outra nova força substituirá o vapor. Muito maiores, muito mais poderosas, porém, do que tudo isto são as forças que o homem há de encontrar em si mesmo; forças essas cujos efeitos, para felicidade sua, deixarão muito atras tudo o que o homem sonhou.
Tais efeitos hão de produzir uma verdadeira revolução no modo atual de viver e de proceder, mas essa revolução será absolutamente pacifica, pois os poderes superiores nunca se anunciam a toques de trombeta; vêm sempre das mais humildes e inesperadas fontes, como o Cristo, que nasceu num presépio da Judéia, não obstante ser o seu advento sobre a terra uma verdadeira dispensação de poder e de luzes espirituais, o qual, entretanto, deverá ser seguido pelo de outros espíritos sempre mais perfeitos, com os intervalos que forem necessários.
Convém notar, a respeito desses intervalos, que dezenove séculos são um espaço bem curto de tempo na vida do planeta, como são também coisa insignificante no desenvolvimento de vosso espirito.
Para conseguir melhor os resultados a quem nos referimos acima, cada um de vós necessita da cooperação e assistência de outros, que mediante o poder invisível da mente, comunguem convosco nas mesmas aspirações.
É necessário que todos os que se achem conformes com este modo de pensar e que aceitem, mais ou menos, as verdades que deixamos cabalmente demonstradas em nossos escritos, dirijam, se a isto estão dispostos, todos os dias, durante alguns minutos, sua força mental para o fortalecimento mutuo, na luta contra os males que nos assediam.
Eu necessito, vós precisais e todos os que temos fé nas leis espirituais carecemos da cooperação e assistência diária uns dos outros, expressas energicamente pelo vivo desejo de obtermos a força necessária para repelirmos o mal.
Tem-se-me feito, algumas vezes, esta pergunta: “ Praticais, por acaso, o que escreveis, e viveis de conformidade com isso?” – ao que respondo: “Não, não posso faze-lo. Todos os males, todos os defeitos e todas as imperfeições de que falo em minhas instruções, acho-os também em mim mesmo; mas, por vê-los com clareza, assinala-los e combate-los, não é razão para supor-se que possa libertar-me imediatamente deles.
Tais defeitos vêem-me, em grande parte, de hábitos mentais muito antigos e inveterados, e todo habito antigo e arraigado só pode ser combatido aos poucos e destruído vagarosa e gradualmente.
Possuo, agora, um temperamento facilmente irritável, questionador, desanimado ou sujeito a cair em outros estados mentais ainda piores, e talvez mesmo em diversos deles ao mesmo tempo.
Conheço muito bem o prejuízo que me resultará do fato de emitir ou exteriorizar tais elementos mentais; porém, por profundo e extenso que seja, meu conhecimento é uma coisa, e a minha energia para repelir ou afastar de mim algum estado mental que me seja prejudicial, é outra coisa bem diferente.
Sinto a necessidade de obter maiores forças para poder resistir com êxito a tão perversas tendências e sei que me virão maiores forças por meio da cooperação mental silenciosa e invisível que puder sugerir aos outros, assim como estou certo que todos aqueles que se juntarem comigo no mesmo esforço também obterão maiores energias.
"Isto significa que muitas mãos podem remover um obstáculo comum com mais facilidade do que uma só”.
Na medida do possível, convém que o pensamento de auxilio mutuo seja mantido por todos ao mesmo tempo e a uma hora mais apropriada.
Todo aquele que puder desviar das suas ocupações cinco, dez minutos ou mais tempo, e, retirando-se a sós, dedica-los a projetar ou emitir a idéia de auxilio e fortalecimento mutuo das mentalidades que estão em simpatia com a sua, fará obra realmente boa; porém, não podendo recluir-se nem abandonar o trabalho, dedique um minuto sequer á projeção da mesma idéia, esteja bem certo de que seu esforço não é perdido.
Cada qual constituirá, assim, uma porção mais ou menos considerável de força construtiva, no espaço, a qual irá juntar-se aos riachos ou grandes correntes de forças construtivas semelhantes, projetadas por outros indivíduos, seja qual for a distancia que os separe. Este conjunto de forças emitidas para fins elevados, constitui uma força benéfica e naturalmente há de produzir bons efeitos para quem o formou.
Assemelha-se isto a um tesouro constituído de tal maneira que, se tiverdes alguma parte nele, por menor que seja, vossa parte vos será devolvida, com o acréscimo de grandes lucros, ficando, assim, constituída a vossa cooperação com todas aquelas mentalidades que estão em relação de simpatia com a vossa, embora desconheçais os corpos que são empregados por essas mentalidades.
Porém, a projeção da referida idéia é mais e melhor aproveitada por vós e por todos os outros, se efetuardes e há uma hora fixa e determinada, e, por isso, julgo útil indicar-vos que a concentração mental seja realizada no mesmo instante, em todas as partes do mundo, porquanto, assim fazendo, uma maior quantidade de força se reúne numa só corrente, como sempre sucede quando vários indivíduos exercitam sua energia num esforço comum.
A coisa mais elementar e simples que essa cooperação silenciosa vos tenha sugerido será o primeiro passo que derdes para colocar-vos em comunicação espiritual com as mentalidades que podem reconfortar e alimentar a vossa.
Tendes de convencer-vos de que cada um de vossos pensamentos é uma parte realissima de vós mesmo, e de que, quando o emitis com a intenção de fazer bem aos demais homens, vai ajuntar-se a alguma corrente mental de natureza análoga, com ela se mescla e aumenta a referida corrente, a que se constitui num só volume proporcional ao numero de mentalidade que emitiram seus pensamentos com intenção idêntica.
Desta maneira, contribuis para a produção de uma força mental invisível, porém verdadeira, que constituirá um laço positivo de união e de comunhão entre vós e os seres de uma mentalidade análoga á vossa.
Este laço de comunicação é muito mais potente do que qualquer outro laço material, pois é formado de uma força viva, que algum dia produzirá em vós os mais benéficos resultados de ordem material.
Em virtude da mesma lei, essa mesma força pode estar atuando agora sobre vós, embora produza apenas resultados desagradáveis, devido a estardes, talvez, rodeado por pensamentos maus ou pouco amadurecidos, aos quais abris, inconscientemente, vossa mente, emitindo, por vossa vez, mais ou menos, idéias de tristeza, desalento, mau humor ou outra ordem qualquer de elementos doentios.
Há de ser-vos, mormente, impossível evitar esse perigo, se por acaso viverdes numa esfera onde dominam tais idéias e elementos, com os quais vossa mente pode já se haver acostumado, por longo habito, que vos leva a cooperar inconscientemente, todos os dias, na produção de semelhante ordem de idéias. Tratamos, agora, de encontrar o modo para mudar a direção dessa força, levando-a para canais mais elevados e melhores, o que conseguis quando, ainda que seja por um só momento, desejais o bem-estar de todo o mundo, sem excluir de semelhante beneficio até mesmo as pessoas que possam ser-vos mais repulsivas e odiosas, porque cada um dos vossos pensamentos emitidos constitui uma força natural, e quando maior for o bem que fizerdes aos demais, tanto maior será o beneficio que recebereis, na reação do esforço feito.
Não há um só pensamento que possa considerar-se perdido por completo, e se um dia disserdes com toda sinceridade: “Que o Infinito Espirito do Bem beneficie a todos os homens e mulheres”, com certeza verificareis, num futuro mais ou menos próximo, que o momento em que vos ocupastes com essa idéia foi proveitoso de todos, de tal maneira que a força exteriorizada, ao formulardes aquele benéfico desejo, pode Ter sido a única a penetrar através da lôbrega atmosfera formada pelos pensamentos predominantes ao redor de vós, atraindo-vos os raios de uma força mais pura, mais elevada e construtiva; porque cada pensamento da bondade que exprimis vos traz indefectivelmente a parte de felicidade que vos cabe pelo efeito do mesmo.
Alguns dos que lerem estas instruções estarão, sem duvida, mentalmente sozinhos, porque, embora estejam rodeados por suas famílias, relações e amigos, ninguém se lhes loga tão estritamente até formar parte integrante de sua existência.
Se chegarem a exprimir suas idéias, estas serão taxadas de “fantasias” e até mesmo poderão ser chamados “homens excêntricos e visionários” , com o que poderão acabar por aprender a guardar para si mesmo seus pensamentos, retraindo-se e encerrando-se nos seus próprios íntimos e juntando-se com aqueles que os rodeiam, unicamente no que se refere á sua quotidiana, a seus interesses e simpatias particulares; quando ao mais, vivem eles encerrados em si mesmo e tão sozinhos, como se, quais Robinsons Crusoes, houvessem sido atirados a uma ilha deserta.
Aqueles que se acham nestas circunstancias padecem o mais triste dos isolamentos, sentindo-se estrangeiros em seu próprio pais e estranhos entre aqueles que são de seu próprio sangue e falam a sua mesma língua, pois os laços físicos que o mundo lhes proporciona não constituem laços reais e positivos.
Só constituem vossas relações verdadeiras aqueles que pensam como vós, que crêem no que vós credes e simpatizam com o que desperta vossas simpatias, podendo ser pessoas que nunca vistes, nem chegareis a ver e que talvez pertençam a outras raças e habitem outros países.
Vossas relações verdadeiras são as que se efetuam com os espíritos, cuja compreensão da vida e de tudo quanto ela envolve, seja, de algum modo, semelhante á vossa própria compreensão. É a esses que necessitais ligar-vos, estejam ou não de posse de um corpo.
Não é bom para ninguém o viver completamente isolado, isto é, o viver fora de toda relação espiritual. Em semelhante isolamento, não podereis prover-vos do que é necessário á vossa vitalidade, pois, tanto para a saúde física como para a saúde mental, ninguém pode viver somente de pão, nem de outro alimento material qualquer.
Para vosso sustento e a manutenção de vossa saúde neste plano de vida, careceis da presença daqueles que pensam como vós, de modo a constituírem convosco uma corrente espiritual de ensinamentos de amor, bondade e simpatia. Pelos meios que acabei de expor, podes atrair essa corrente, embora os corpos físicos em que se albergam os espíritos simpáticos estejam muito longe de vós ou vos sejam desconhecidos. Pode suceder também que tenhais ao redor de vós um grande numero de amigos a quem nunca vistes e que, não obstante, sentem a necessidade de proporcionar-vos uma saúde física melhor e um maior vigor mental.
Um isolamento permanente e a falta de alimento mental que lhe é conseqüente, produzem um estado um mental desorientado, apático e débil, pela falta de alimentação adequada, acabando por produzira loucura sob alguma de suas numerosas formas graves, a melancolia, a tristeza e a multidão de males físicos, para os quais serão recomendados inutilmente os medicamentos, as mudanças de clima ou qualquer outro dos meios de que habitualmente se lança mão para combater essa classe de infecções.
Por Luiz Antonio de Matos