A Mestria IV

CRIAÇÃO E CONCENTRAÇÃO MENTAIS

(textos resumidos dos livros de instruções esotéricas que se seguidos e vividos nos levam à mestria)

A criação mental é a formação de uma imagem perfeita do objeto que desejais alcançar. É ela que vos dará qualquer qualidade ou qualquer coisa de que precisardes, exceto o conhecimento que, como já vimos, só podereis receber pela meditação. A imaginação não é uma fantasia; é a faculdade de formar imagens, cujo fim é a formação de um quadro perfeito do que desejais. Por exemplo, precisais de amor? Que é o amor? O amor é uma força. Sendo uma força, deve Ter um grau de vibração e uma cor. Portanto, ao fazerdes um quadro mental do amor, deveis representa-lo de acordo com a mais elevada idéia que dele fazeis e dar-lhe a cor alaranjada, que é a de maior força em nosso planeta.

Se é o Amor Divino que desejais, vede-vos mergulhado num oceano desta áurea força vibratória, vede seus raios banhar-vos e penetrar em todo o vosso ser, até que vosso corpo vibre em uníssono com ele e sintais a atmosfera que vos rodeia como que a pulsar.

Se desejais dirigir amor a alguém, imaginai que o Amor Universal vos penetra todo e, formando um feixe de linhas áureas no centro de vosso coração, daí se dirige para o coração da pessoa que deve recebe-lo. Assim, uma parte de vosso ser entrará no coração da pessoa a quem dirigis este amor e tereis a alegria de amar e ser amado.

Quando desejais apenas atrair o amor de alguém, vede esta corrente áurea vindo dele para vos. Se, porém desejo é operar no plano mental e adquirir uma grande mentalidade, imaginai que uma corrente azul de Força Cósmica penetra em vosso cérebro e daí enche todo o vosso corpo como se estivésseis num oceano de luz azul.

Quando sentirdes que todo vosso ser vibra em uníssono com esta força, estareis em condições de empreender qualquer trabalho mental.

Não vos enganeis, supondo que, com uma só vez que receberdes esta Força Cósmica Azul, vos tornareis um gênio. Porém, com um continuo exercício deste gênero, vosso poder mental irá aumentado gradualmente e conseguireis vosso desejo.

No plano material, empregareis a mesma faculdade de forma mental o que desejais. Desejais, por exemplo, possuir um risco gabinete de advocacia? Imaginai que os clientes vem procurar-vos em grande quantidade, contratam vosso serviços e vos pagam liberalmente. Esta ultima parte do quadro mental é uma parte essencial do conjunto.

Quereis desenvolver mentalmente um negocio? Vede mentalmente uma multidão de pessoas que vem comprar e vos esperam para servi-las. Deveis juntar sempre a idéia de que elas vos pagam bem, porque, do contrario, muitas pessoas comprarão, porém poucas pagarão de boa vontade. Enquanto esperais que vossas criações se materializem, deveis cumprir fielmente todos os vossos deveres, á medida que se apresentem, pois não sabeis o bem que pode resultar de te-los cumprido. De fato, é somente cumprindo vossos deveres que cooperareis com a Consciência Suprema. Precisais de dinheiro? Imaginai que possuis um cheque com a quantia que desejais ou que tendes as notas necessárias para perfazer a quantia desejada. Sempre deveis formar uma imagem da quantia certa, até que ela pareça estar materializada e possais vê-la diante de vós. Dirigi-vos, então, á Consciência Universal, dizendo: -- “Dai-me esta criação”. Repeti vosso pedido todos os dias e até varias vezes por dia, se o puderdes. A clareza de vossa imagem faz de vossa criação uma realidade mental e quanto mais firmeza tiverdes na criação mental, mais depressa virá a realização material.

O pensamento é sempre criador por meio de imagens, tanto nos planos inferiores como nos superiores.

Por exemplo: O Universo é a materialização da Divina Idéia; o Plano Espiritual recebeu a impressão da Mente Divina, quando a criação começou, e os Espíritos Planetários, vendo a imagem, projetaram nela suas próprias forças vibratórias e assim nasceram os mundos.

Tudo o que existe, teve sua existência primeiramente no plano mental.

Examinemos mais intimamente a operação da lei criadora, tomando como exemplo a imagem de um maço de notas.

Fizestes um quadro mental ou uma imagem desta criação e agora estais vossa força, que é simplesmente vibração de pensamento, nesta imagem, até que ela fique claramente definida no éter que rodeia vossa aura. A clareza de vosso pensamento e a intensidade de vossa imagem produzirão, por assim dizer, uma fotografia na Mente Universal e esta será a matriz formadora da materialização que pedis.

Enquanto existir a matriz mental da coisa que desejais, ela poderá ser materializada um dia ou outro. Por exemplo, sofrestes um acidente que inutilizou a unha de um dedo vosso. Se o ferimento não chegou a produzir, no plano mental, a destruição da matriz produtora de vossas unhas, com o tempo, adquirireis outras novas; do contrario, não mais podereis adquirir unhas novas, nesta existência física. A constância e a freqüência de vossa vibração mental põem em atividade as forças da Consciência Universal para realizardes a imagem mental que formastes. Assim é que partem de vós pequenas linhas magnéticas que são dirigidas pela Consciência Universal para a quantia de dinheiro que pedistes.

Este dinheiro existe algures, no plano material; quando fazeis o pedido dele, a Consciência Universal dirige vossas correntes magnéticas para o lugar onde ele se acha. Não vos importa saber de onde ele virá. Pertence á Consciência Universal a escolha dos meios pelos quais recebereis e, sendo Ela a justiça mesma, ninguém será tratado injustamente pela transferencia da quantia para vós. A realidade da matriz mental e da imagem formada pelo pensamento é afirmada por todos os oculistas.

O Dr. Baraduc provou, por numerosas experiências, que o pensamento e as imagens por ele formadas podem ser fotografadas em placas mui sensíveis. Ele refere que um notável naturalista francês, a pedido seu, formou, diante de uma chapa fotográfica em exposição, a imagem de um objeto escolhido. Depois que o negativo foi revelado, encontrou-se a fotografia de um raro specimen de águia, que o naturalista declarou ser a imagem por ele formada. Ela estudara, anteriormente, esta ave pouco conhecida, e pode, assim, fazer uma imagem bem clara.

Ao fazer vosso pedido, deveis faze-lo somente a Deus (a Suprema Consciência Universal) e não a uma pessoa.

De fato, não tendes direito de empregar força coercitiva sobre outra mente individual; porém, como tudo pertence a Deus e Ele é a fonte de todo suprimento, tendes perfeito direito de pedir a Ele o que precisais.

No período atual de nossa evolução, podemos apenas atrair as coisas existentes, porém, tempo vira em que teremos o poder de reunir as partículas necessárias para a criação da própria coisa pedida.

Depois da Criação, o mais importante conhecimento para nós é o da Concentração.

Concentração é fixar o pensamento num ponto definido, é focalizar toda nossa inteligência sobre um pensamento, sobre um objeto, sobre uma ação determinada. Sabido é que todos os nossos atos se tornam mais fáceis, fecundos e perfeitos, se os sabemos impregnar de toda a nossa inteligência e vontade, se pomos neles toda a nossa atenção e interesse.

Fixar a consciência numa só imagem, sem flutuação ou desvios, é obter desse objeto um conhecimento mais cabal do que nos pode fornecer qualquer descrição verbal dele. A concentração é um bosquejo do objeto.

Não é nosso propósito dar aqui um estudo completo do mecanismo da concentração, o que exigiria longo estudo, incompatível com as condições mentais de quem principia. Só diremos que a disciplina da concentração encerra as mais transcendentais conseqüências, de modo que ela é indispensável para todos os que vivem da inteligência. É somente a concentração que pode dirigir vossas forças para o objeto que desejais criar e, sem ela, vossas criações mentais serão efêmeras e nunca chegarão a realizar-se no plano material. Para o estudante que principia a educar a sua mente, é a concentração coisa dificílima; pois tem de lutar com duas ordens de obstáculos. Em primeiro lugar, cumpre-lhe desatender ás impressões que lhe afluem de todas as partes, pensamentos vagabundos e intrujões que o assediam a todo instante. Cabe-lhe dar guarida aos bons e repelir os maus. Vivendo num oceano de pensamentos bons e maus, é lhe conveniente habituar-se a aceitar automaticamente os primeiros e rejeitar de igual modo os segundos. As vibrações ritimicas e harmoniosas repelem as inarmônicas e irregulares. Em segundo lugar, deverá a mente manter, como única imagem, o objeto da concentração; cumpre-lhe não somente resistir ao choque de pensamentos externos, mas ainda fazer cessar sua atividade própria interna, não procurando estabelecer relação de semelhança entre eles, de maneira que sua consciência possa dizer a si mesma: “Eu aquieto minha mente”, e conhecer que algo domina e algo é dominado, o eu governa e a mente é “governada”.

MODO DE CONCENTRAR-SE

Uma vez compreendida a teoria da concentração, o estudante deve iniciar a sua pratica. Se possui um temperamento de devoção, seu trabalho se simplificará muito, porque pode tomar o objeto se sua devoção com objeto de concentração; como o coração é atraído poderosamente para esse objeto, a mente permanecerá alegremente nele, apresentando, sem esforço, a imagem amada e excluindo as outras com igual facilidade; pois a mente é constantemente impelida pelo desejo e serve sempre como ministro de prazer.

Aquilo que causa prazer é o que a mente busca sempre trata de apresentar imagens que causam prazer e excluir as que causam dor. Daqui se conclui que se manterá na imagem amada, fixando-se em tal contemplação pelo prazer que causa, e, se a obrigarem a afastar-se dela, a ela voltará uma vez e outra. Um devoto pode, pois, alcançar, muito depressa, um grau considerável de concentração. Pensa no objeto da devoção, criando com a imaginação, tão claramente quanto lhe é possível, uma pintura, uma imagem daquele objeto, e logo conserva a sua mente fixa nessa imagem. Assim, um cristão pensaria no Cristo, na Virgem Mãe, no seu Santo Patrono, no seu Anjo da Guarda, etc.; um hindu pensaria em Maheshvara, um Vishunuita, em Umâ, em Sri-Krisna; um Buddhista, em Buddha, em Bodhisatva; um Parsi, em Ahuramazda, em Mithra, e assim sucessivamente. Todos estes objetos despertam a devoção dos que adoram e a atração que exercem sobre o coração vincula a mente ao objeto causador do prazer. Desta maneira, a mente se concentra com o mínimo esforço, com a menor cerda de força.

Quando o temperamento não é de devoção, pode, entretanto, ser utilizado, como auxiliar, o elemento de atração; neste caso, porém, o pensamento deve ser preso a uma idéia, não a uma pessoa. Os primeiros intentos de concentração devem fazer-se sempre com este auxiliar. Na pessoa não devota, a imagem atraente deve tomar a forma de alguma idéia profunda, de algum elevado problema; isto é o que deve constituir o objeto da concentração e, neste caso, deve fixar-se firmemente nele; o poder de que a atração dispõe para prender é o interesse intelectual, o desejo profundo de conhecimento, um dos maiores e mais profundos do homem.

Outra forma de concentração, de muito resultado para aquele que não sinta atraído para uma personalidade como objeto de devoção, é escolher uma virtude e concentrar-se nela. Semelhante objeto pode despertar uma espécie de verdadeira devoção, porque chama o coração á beleza intelectual e moral. A virtude deve ser imaginada pela mente do modo mais completo possível, e quando se obteve uma vista geral dos seus efeitos, a mente tem que se manter fixa na sua natureza essencial. Outra vantagem desta classe de concentração é que a mente se amolda á virtude e repete as suas vibrações, convertendo-se a virtude, gradualmente, em parte da natureza e estabelecendo-se firmemente no caracter. Esta moldagem da mente é, em realidade, um ato de criação própria, pois a mente, depois de algum tempo, assume, com alegria, as formas a que se obrigou pela concentração, e essas formas se convertem nos órgãos da sua expressão habitual. Com muita razão foi escrito outrora: “O homem é a criação do pensamento; o que pensa em sua vida, nisso mesmo se converterá pelo tempo adiante”. (Chhândogiopanishat, III, XVI,I ).

Quando a mente se afasta do objeto, seja este de devoção ou intelectual – como sucederá uma vez ou outra, - deve ser trazida e fixada de novo no objeto. Muitas vezes, no principio, vaga longe, sem que tal vagar se note, e o estudante desperta-se, repentinamente, ao fato de que está pensando numa coisa muito diferente do objeto pensado. Isto sucederá freqüentemente, e, com paciência, deve obriga-la a vir ao ponto. É um processo fastidioso e aborrecido, porém não há outro meio de obter-se a concentração. É um exercício mental útil e instrutivo, quando a mente se deslizou deste modo, sem que se note, o de traze-la, de novo, ao ponto, fazendo-a retroceder pelo mesmo caminho por que se afastou. Este processo aumenta o domínio do cavaleiro sobre o seu desbocado corcel e diminui, assim, a inclinação deste para escapar.

O pensar consecutivo, ainda que seja um passo para a concentração, não é a mesma coisa, porque, no pensar consecutivo, a mente passa por uma serie de imagens e não se fixa em nenhuma só. Como é, porém muito mais fácil que a concentração, o principiante pode usa-lo como preparatório da outra tarefa mais difícil. Para um devoto, é útil, muitas vezes, escolher uma cena do objeto da devoção, e pintar vivamente a cena nos seus pormenores de localidade, paisagem e colorido.

Deste modo, a mente se firma gradualmente numa cena e, por ultimo, pode ser levada a fixar-se na figura principal da cena ou, ainda, sobre o objeto da devoção. Ao reproduzir-se a cena na mente, ela assume um sentimento de realidade, e, desta maneira, pode ser possível pôr-se em contato magnético com os anais dessa cena num plano superior – a fotografia dela no éter cósmico – e dela obter, assim, um conhecimento muito maior do que pode haver-lhe dado qualquer descrição. Deste modo, também, o devoto pode pôr-se em contato magnético com o objeto de sua devoção, e, por meio desse contato direto, entrar em relação muito intima com ele; pois a consciência não se acha debaixo de nenhum limite físico de espaço, senão que está onde quer que esteja consciente – circunstancia que já foi explicada. A concentração mesma, no entanto, deve ter-se presente que não é esse pensar consecutivo, e a mente tem, por ultimo, que ser firme atada ao objeto único e permanecer fixa nele, não raciocinando sobre ele, senão, como dissemos, extraindo, absorvendo o seu conteúdo.

ORIENTAÇÃO DAS FORÇAS COSMICAS

As observações das Forças Cósmicas mostram que elas seguem uma direção definida e que, colocando-vos na direção conveniente, facilmente podeis entrar em contato com elas. Seguindo esta orientação, vos colocais em harmonia com as forças psíquicas do Universo, argumentando tanto vossas próprias forças como a de nossa Ordem.

As forças psíquicas universais seguem a direção Sudoeste (SO), isto é, penetrando na Terra pelo Nordeste, atravessam-na e vão sair pelo Sudoeste. Colocando-vos com as costas para o Nordeste, ficais olhando para o Sudoeste, e elas penetram em vosso cerebelo pela nuca e vão sair pela fronte, deixando em vosso organismo os efeitos bem fazejos de sua passagem. Para determinar esta orientação, em qualquer lugar em que vos achardes, deveis seguir as regras seguintes: Primeiramente, colocais-vos com a frente para a direção em que nasce o sol. Tereis, então, o Nascente, ou Leste, na vossa frente; o Poente, ou Oeste, nas costas; o Norte, á esquerda, e o Sul, á direita, como indica a primeira figura. Dai vos será fácil achar o Sudoeste, pois é o ponto que fica no meio, entre o Sul e o Oeste. Achando o Sudeste, colocai-vos com a frente voltada para essa direção e assim executais vossas concentrações, meditações e trabalhos mentais. Encontrando-vos orientando de acordo com a direção de seu movimento, as forças psíquicas terão facilidade em penetrar em vosso organismo e atuar sobre vossas células, fortalecendo-as, renovando-as e purificando-as.


Por Luiz Antonio de Matos